terça-feira, 26 de maio de 2015

Escrevi seu nome no vidro da janela do meu quarto

Seu mundo existe sem mim... 

Contaram-me que seu cabelo está mais bonito agora.
E disseram-me que você mudou de casa, inclusive.

Não, não adianta eu ficar sentado naquele canto da praça em que sempre ficávamos.
Você não foi à praça naquela semana.

Acho que lhe vi bebendo cerveja com seus amigos. 
Acho que você não me viu.
Acho que você fingiu que não me viu.
Acho que você me viu e preferiu não abanar.

Acho que a vida passou. A vida passa, sempre passa.
E a sua está passando sem mim.

E vai continuar passando.


Candido Portinari, Menino Sentado (1945)