segunda-feira, 13 de julho de 2015

Amor geométrico

Te vejo em minha cama
Desde o cheiro no meu travesseiro
Até os fios perdidos no meu cobertor
Amor geométrico e mensurável
É que na cama daquele quarto
Vivia-se amor, 
sob tutela
Cuidavam-nos as sensações
Sentia-se o aroma das velas
da pele, dos tapas,
da febre
Que nos queimava o corpo
Borbulhava a epiderme...
E deliciávamo-nos com o sabor


Safet Zec, Cama y Sábanas Arrugadas (1997)